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Mostrando postagens de maio 5, 2009

São Paulo de grandes amores

Por Fernanda de Aragão Eu conclui que acabara na segunda semana consecutiva em que eles não estavam mais lá. A certeza foi como se a última lembrança do amor se esvaziasse, e ali mesmo morresse, ainda estando viva, como a própria história. Ela no vocal, ele no violão. Duo. Como a gente. Nossa mesa de sempre já tinha se ido havia meses, com o último arranjo do estabelecimento. Agora eram eles, nossos cúmplices, que haviam partido. De amor ausente o lugar se enchia a cada passo que eu dava, numa sexta-feira sem nexo não fosse a certeza de que apenas eu teria ficado. Um tango argentino, uma bossa nova antiga. Nós dois sempre acompanhávamos eles dois. Pedíamos músicas, outras, e aplaudíamos. Lá era o nosso lugar de paz e de espírito. E uma cidade como São Paulo exige que cada um tenha dentro dela um lugar de paz e de espírito. Cada casal, mesmo que depois de anos, se foram para lados opostos. Deveria existir uma regra para amor vivente, de que nunca, em momento algum depois do fim, cada lu